sábado, 3 de março de 2018

QUERO CAFÉ!

Uma das paixões nacionais é, sem dúvidas, o café! 

Pela manhã, depois do almoço, durante a tarde, curto ou longo... Se você adora café ou se conhece alguém apaixonado por essa bebida, aproveite para compartilhar esse post nas redes sociais! 


Hoje vamos dar início a uma viagem para conhecer um pouco mais sobre essa bebida energética e sobre o grão que ganhou o mundo!

 





De onde veio o café?


Assim como a de diversos outros alimentos, a história do café é cercada por lendas e mistérios. Sabe-se que a planta é originária de Kaffa, na Etiópia, mas por mais semelhante que pareça, a palavra café não deriva de Kaffa mas sim de qahwa , que significa "vinho" em árabe.

O que muitos podem não saber é que a descoberta do café é uma história lendária e muito interessante. Segundo a Lenda de Kaldi (datada de 575 d.C.) o grão foi descoberto por um pastor, chamado Kaldi, que observou que seu rebanho de cabras ficava cheio de energia depois que os animais comiam um frutinho de coloração amarelo-avermelhada que davam em arbustos nos campos. A partir daí o café começou a ser melhor explorado e a se popularizar, ganhando diversas possibilidades de consumo, tanto como alimento quanto para fins medicinais. 


Os etíopes ingeriam os frutinhos, adocicados e macios, sozinhos ou misturados em outras preparações. As folhas do cafeeiro também eram utilizadas, sendo mastigadas ou consumidas no preparo de chás. Monges árabes, por sua vez, tomavam uma bebida preparada com os grãos para se manterem mais despertos e energizados durante as vigílias noturnas. Aliás, o café tornou-se de grande importância para os povos árabes, que dominavam as técnicas de cultivo e de preparação da bebida. 

A torrefação dos grãos, etapa essencial para o desenvolvimento de compostos que conferem a cor e o aroma característicos do café, foi desenvolvida somente no século XIV, e foi responsável pela popularização do café no mundo. No início do século XVII o cultivo do café começou a sair de domínio árabe e a se estender para toda a Europa, sendo os holandeses os pioneiros do cultivo do café em todo o Continente Europeu. No entanto, o hábito de tomar café, desenvolvido na cultura árabe, popularizou-se somente a partir de 1450, quando o costume doméstico e coletivo de "tomar um cafezinho" foi transformado em um ritual de sociabilidade.

As primeiras cafeterias surgiram em Meca e popularizaram-se na Europa durante o século XVII. Desde então, a bebida e suas formas de preparo e consumo ganharam o mundo, e o café passou a ser sinônimo de socialização. Sua história ainda conta muito mais, é longa e muito bonita, por isso deixarei uma indicação de leitura ao final do post.


Foto de autoria de Fernando Mafra, obtida de: https://commons.wikimedia.org
No Brasil, o café percorreu um caminho bem longo antes de tomar lugar nas nossas cozinhas e nas padarias. Por aqui ele só chegou em 1727, trazido da Guiana Francesa para Belém (capital do estado do Pará), dando início ao período conhecido como Ciclo do Café. Como nosso país possui condições climáticas favoráveis para o cultivo de muitas espécies vegetais, o cultivo do café se espalhou rapidamente e conquistou vários estados, dentre os quais Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ganhando importância econômica e também política. Com o estabelecimento da cultura cafeeira inicialmente no Vale do Rio Paraíba, a produção nacional cresceu e promoveu o desenvolvimento de várias cidades e centros urbanos. Com a instalação de lavouras por todo o país, o café gerou muitas riquezas para o Brasil e para os produtores ("barões do café") e também atraiu muitos imigrantes, que substituíram a mão-de-obra escrava até então utilizada nas lavouras. Hoje em dia, o Brasil destaca-se entre os maiores produtores, exportadores e consumidores de café, sendo este grão fonte de receita para diversos municípios.


Tipos de café


As duas variedades de café mais produzidas e comercializadas são o Arábica (Coffea arabica) e o Robusta (Coffea canephora), também conhecido como Conilon. O café Arábica é mais perfumado, adocicado e ligeramente ácido, com complexidade de sabores e um teor de cafeína de cerca de 1,4%. Já o Robusta é mais forte e encorpado, com presença de maior amargor em comparação ao Arábica. Este amargor é devido, principalmente, ao maior teor de cafeína, contudo a torrefação também pode influenciar o sabor final. Quanto maior o tempo de torra dos grãos, mais compostos de cor, aroma e sabor são desenvolvidos. No entanto, quando este tempo é muito prolongado ou quando as temperaturas utilizadas são muito superiores ao intervalo de 180-240°C, pode ocorrer a queima dos grãos e desenvolvimento do gosto amargo, o que impossibilita o consumo. O tempo de torrefação pode variar entre 7 e 15 minutos dependendo das características desejadas no produto final. 

No mercado podemos observar uma gama de cafés, desde os que passam por torrefações mais brandas até os espressos e especiais, além dos blends obtidos pela mistura de grãos de espécies e/ou estágios de maturação diferentes, de diferentes locais de cultivo, e ainda de diferentes variedades de café. É possível criar uma infinidade de produtos diferentes, e existe até uma profissão que avalia cafés. 






Você sabia? Os Degustadores e Classificadores de Café são profissionais especializados responsáveis por classificar a matéria-prima e a qualidade da bebida do café que será comercializado. É uma profissão que exige muita concentração, os 5 sentidos bem apurados, bem como o conhecimento sobre todas as etapas envolvidas na cadeia de produção do café.



A moagem também pode influenciar o sabor da bebida final. Moagens mais finas dão origem a uma bebida mais forte, encorpada e de sabor mais intenso, pois a superfície de contato da água com o pó é maior e mais compostos são extraídos, dentre eles a cafeína. Esta moagem é ideal para café coado em filtro/coador. Já as moagens médias dão origem a um café com sabor mais suave e com mais aromas, sendo ideais para o café espresso, uma vez que é extraído sob pressão. As moagens mais grossas, por sua vez, são ideais para serem utilizadas nas cafeteiras italianas (Moka) e francesas (French press), que produzem bebidas fortes e saborosas.

Conheça abaixo alguns tipos da bebida mais consumidos no país:


Café espresso, ou café curto: 25 a 30 mL em uma xícara de 50 mL. É preparado com pouca água, o que o torna mais encorpado e concentrado em sabores e aromas. 

Café longo: é feito com mais água e servido em volumes maiores, geralmente de 50 mL. Embora tenha sabor e aroma mais fracos quando comparado ao café curto, o café longo tem mais cafeína, pois o pó ficou em contato com a água por mais tempo. 




Café "carioca": é preparado com mais água, portanto tem um sabor mais fraco. Em geral tem de 25 a 35 mL de café e é adicionado de 25 mL de água quente para diluir.

Café com leite: mistura proporções iguais de leite e de café. 



O café pode ser preparado de diversas maneiras (e quando digo "diversas", são muitas mesmo!). Em coador de pano, em filtro de papel, em prensa francesa, espresso... com açúcar, com adoçante, sem adoçar, com leite, com creme... A criatividade é o limite para produzir cafés para diversas ocasiões. 




Também tem vários livros sobre café para os que querem aprofundar seus conhecimentos sobre o grão e a bebida. Confira alguns elencados pelo site Guia da Semana clicando aqui


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